O QUÃO REAL É O “FREE” DO FREELANCER?

Junho 3, 2019
Maria Joaquina Marques

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Sempre que alguém me pergunta o que faço e respondo que sou tradutora freelancer e trabalho em casa, uma das respostas que mais ouço é: “Como é que consegues? Tens tempo para tudo?”

O trabalho do tradutor é regido por prazos e também pela sua produtividade. Por isso, estes dois aspetos andam sempre de mãos dadas. Atualmente, os clientes exigem prazos cada vez mais apertados para uma grande quantidade de trabalho, mas cabe ao tradutor definir uma data, tendo sempre em conta aquilo de que é capaz de fazer até à entrega do projeto. Se o tradutor tiver um nível elevado de produtividade, pode estabelecer as suas horas de trabalho como quiser, conseguindo conciliar projetos com a sua vida privada. Porém, se o tradutor tiver prazos curtos e/ou uma produção mediana, poderá deixar de ter uma noite inteira para dormir, fins de semana e até feriados numa escala maior do que o habitual na nossa profissão. Contudo, os clientes devem ter sempre em conta que apesar de ser freelancer, um tradutor tem a sua agenda muitas vezes já definida e, ainda que possa abdicar de alguns fins de semana e momentos em família, isso é a exceção e não a regra. Pedir prazos impossíveis é pedir um trabalho medíocre, feito por alguém que não se pode intitular profissional.

Por isso é importante que tanto um cliente como um tradutor não se deixem iludir com o “free” do freelancer. O tradutor deve estabelecer as suas regras e o seu ritmo de trabalho diário para que não deixe escapar o prazo e mostre ao cliente que cumpre o acordado. Por sua vez, o cliente deve pedir antecipadamente um projeto para assim receber um produto final de qualidade. É certo que vivemos num mundo acelerado, em que tudo tem de ser feito o quanto antes, mas a planificação é fundamental para se gerir um negócio, quer da parte de um cliente como da parte de um tradutor.

É importante que um freelancer conheça as suas capacidades e aja de acordo com as mesmas. Assim como é importante que os clientes criem os seus projetos e giram os seus prazos, dando tempo ao tradutor para que ele faça um bom trabalho. Nenhuma das partes quer um mau resultado e cabe a cada uma delas fazer cedências, sem cair no erro de ver prejudicado o seu negócio pela vontade de ter tudo feito ou entregue à pressa. A comunicação é fundamental entre os dois lados e, se todos conseguirem compreender o trabalho de cada um, o futuro das parcerias serão mais frutíferas e bem-sucedidas.